Office 45 - O Dinheiro na Era Digital

Fonte: Staff Investimentos / Texto: Abrantes F. Roosevelt


O Dinheiro na Era Digital

 
Os meios de troca sempre surtiram forte pressão no desenvolvimento da humanidade como afirmação de reserva de valor e unidade de conta. O dinheiro foi com o passar do tempo abrindo caminho para o desenvolvimento individual, social, comercial, filosófico, religioso e até existencial para os povos.

Fatores que certificaram ao dinheiro a função social de promover uma intermediação fiduciária de alto nível entre as pessoas e suas instituições que as cercam e as modelam como unidade humana, estabelecendo neste contexto, as relações financeiras como um meio de troca para os seus produtos, mercadorias e serviços durante as negociações.

A moeda é um ótimo exemplo da minimização dos efeitos de atribuição de valor permitidos e inferidos ao um instrumento financeiro. Este utensílio foi idealizado para substituir as trocas convencionais efetivadas nas negociações que envolviam produtos distintos e valores não equacionados monetariamente como unidade de valor, garantido ao final das transações a precificação dos produtos, das mercadorias e dos serviços.

A moeda combina três funções básicas para manter a sua integralidade como forma de garantia de valor agregado. Ela precisa ser meio de troca, reserva de valor e unidade de conta. Um objeto funciona como meio de troca quando é aceito como pagamento por outros bens e serviços. A existência de um meio de troca é vantajosa por facilitar as transações econômicas.

Em uma economia de escambo por exemplo, na qual não há meio de troca, os indivíduos trocam diretamente mercadoria por mercadorias. Nessa situação, as trocas somente são realizadas, quando há coincidência de desejos entre ambas as partes que negociam os seus produtos, estando ambos os mercadores com o mesmo desejo de troca de suas mercadorias.

O meio de troca intermediado por um instrumento financeiro simplifica esse processo eliminando a necessidade de dupla coincidência de desejos. Tornando o instrumento financeiro o desejo de troca necessário para finalizar as negociações.

A função de reserva de valor refere-se à capacidade que certos bens possuem de preservar poder de compra com o passar do tempo. Desse modo, quando alguém vende bens em troca de moeda, pode em algum momento no futuro usar a mesma moeda para compra outros bens. Um novo fato que facilita as transações e a circulação de riquezas e valores.

Evidentemente muitos ativos que não a moeda, como ações, títulos, imóveis e outros recursos fiduciários, também servem como inferência de reserva de valor. A moeda não é especificamente vantajosa como reserva de valor, por este não pagar juros.

Neste aspecto, os indivíduos que obtêm por segura moeda física, em geral, perde o seu poder de compra, pois a taxa de inflação tende a ser positiva e corrói o valor da moeda no decorrer do tempo. Mas a moeda tem a vantagem de ser aceita universalmente para realizar transações, possuindo alta liquidez para o consumo.

A unidade de conta tem como objetivo a utilização da moeda como base para medir o preço dos demais bens. Esta medida de conta deve nivelar o valor de determinado ativo em relação a outros ativos na economia de um país.

Neste entendimento, o termo moeda abrange o papel-moeda em poder do público e os depósitos à vista. O papel moeda em posse da população designa as cédulas e moedas metálicas de real que estão em circulação e não sobre a posse do sistema bancário. Os depósitos à vista, referem-se a todo o dinheiro depositado nos bancos que pode ser retirado a qualquer momento das contas contas-correntes ou poupanças pelos usuários finais do sistema financeiro.

O dinheiro teve ao logo de sua existência diversos formatos, níveis de importância e funções na vida das pessoas durante o processo de evolução da humanidade. O dinheiro tinha no Sal, nas conchas, nos metais, nos tecidos, nas cunhagens de moedas, nas notas promissórias, no papel-moeda, nos animais e até pessoas como meio de troca de valores envolvendo negociações financeiras. É horrível pensar que pessoas escravizadas ou os vencidos em guerras tinham esse papel no meio de trocas entre valores financeiros.

Exatamente a cinquenta atrás tínhamos também as moedas modernas de metal, o papel-moeda, os cheques pré-datados, as notas promissórias, os cartões de débitos, os cartões de créditos, as transferências de dinheiro em forma de DOc´s, TED´s e mais recentemente o PIX.

A revolução digital e tecnológica tem remodelado a forma, o comportamento e o uso do dinheiro pelas pessoas. As criptomoedas são um ótimo exemplo das novas mudanças que viram em nosso futuro.

A interatividade com as instituições financeiras, a personificação dos serviços, a agilidade nas transações monetárias e a guarda de dinheiro em carteira digitais sem a intermediação dos bancos, estão entre as novidades que já fazem parte da vida dos clientes.

O uso da tecnologia da blockchain é uma inovação tecnológica que garante a segurança das transações com criptomoedas, pois permite rastear o envio e o recebimento de informações pela internet, mapeando o caminho do dinheiro e a sua finalidade no sistema financeiro.

Esta tecnologia formada em blocos de código aberto, também chamada de livro razão, possuir vários blocos espalhados pela internet, cada um deles com uma função matemática capaz de gerar um código com letras e números. Além do próprio código, cada bloco, tem também o código do bloco anterior, um fator que permite o seu reconhecimento na cadeia logica da blockchain.

Esta razão logica admite a conexão livre entre seus pares e também garante que não houve uma violação do seu sistema. A conexão entre vários blocos forma uma corrente de dados, gerando confirmações na rede.

A ideia de uma moeda digital existe como meio de troca, reserva de valor e unidade de conta, não é algo novo na sociedade moderna. Este conceito surgiu na década de 80 com o movimento da comunidade hippie que desejava ter uma moeda decentralizada, livre de impostos, controladas pelos usuários e sem o controle absoluto do estado.

As criptomoedas, moedas digitais ou dinheiro virtual, surge no cenário financeiro global, logo após uma terrível crise financeira ocorrida entre os anos de 2007 e 2008 no setor imobiliário norte-americano. Um colapso monetário sem precedentes que foi alavancada principalmente depois da falência do tradicional banco de investimentos Lehman Brothers.

A primeira moeda digital criada no mundo é o Bitcoin que usa o blockchain como principal motor de sua inovação tecnológica integrada ao seu sistema de distribuição e de confirmação na rede. Esta moeda foi cunhada virtualmente por uma pessoa ou um grupo de pessoas que se auto intitulou com o pseudônimo de Satoshi Nakamoto.

Esta moeda teve aceitação pelo público após resolver o problema de gasto duplo sem a necessidade de existir a intermediação de terceiros durante as negociações e transações em sua rede de blocos. As livres transações financeiras, o protocolo de registro distribuído e o anonimato também trouxeram um grande público para este sistema. Mas foi o baixo custo, a descentralização (inexistência de controle e intervenção de governos e sistemas financeiros), a segurança do blokchain e a guarda individual destes recursos pelos próprios usuários em uma carteira digital, foram os pilares para uma anuência solida e agregação coesa e em massa de seus usufrutuários.

As criptomoedas evoluíram de forma natural e ganharam espaço na vida financeira das pessoas por demostrar confiança, valor monetário, reserva de valor, meio de troca, unidade de conta e a possibilidade real de ganhos e lucratividade que os bancos tradicionais ainda não oferecem em seus produtos e serviços financeiros.

Um dos grandes diferenciais existentes nas moedas digitais está justamente no fato de não serem controladas por órgãos governamentais, instituições financeiras privadas ou sistemas similares de controle monetário, como bancos centrais, organismos de intervenção monetárias ou outros sistemas de controle financeiros. Um dispositivo inovador que dispensa o uso de intermediadores na hora de realizar uma transação financeira.

As moedas digitais vieram para revolucionar a forma de como nos relacionamos com o dinheiro e o uso de nossas finanças, tornando o dinheiro eletrônico uma solução coletiva para os usuários de um mesmo sistema integrado, resolvendo uma problemática especifica que envolve a centralização do controle monetário pelos sistemas convencionais. Um posicionamento que devolve as pessoas naturais, o gerenciamento de seus recursos, devolvendo o poder do seu dinheiro as suas próprias decisões.

O Bitcoin é a mais famosa dentre as moedas digitais, atualmente ela serve como unidade de conta, reserva de valor, moeda de troca, meio de pagamento e troca de valores entre as pessoas. Mas além dos Bitcoin´s também temos as Alticon´s, as Stablecoin´s e as Shitcoin´s.

Todas estas outras moedas digitais possuem de alguma forma características similares, propósitos singulares e até semelhanças em suas constituições. Algumas destas moedas possuem contratos inteligentes, dispõem de um próprio blockchain, têm protocolos de registro distribuído, e integram um auto grau de anonimato. Observando que todas estas moedas são 100% digitais.

A invenção das criptomoedas acabou com as transações online que sempre precisavam de um terceiro como intermediação de confiança para confirmação das negociações. Neste aspecto, as moedas digitais trouxeram uma peculiaridade que antes não havia no sistema financeiro.

Isto foi possível por que as transações que envolve criptoativos são registradas em uma espécie de livro contábil conhecido como blockchain. Em uma síntese pratica, estas transações funcionam como um grande banco de dados que contém o histórico de todas as operações realizadas no sistema do livro razão.

É justamente a existência desse blockchain que permite que as transações feitas com uma moeda possam ser validadas, resultando em mais praticidade, velocidade e segurança. Notabilizando que toda nova operação é verificada e registrada dentro dessa corrente de blocos.

O valor das criptomoedas possuem um caráter variável dentro das negociações monetárias, e assim como os demais ativos financeiros, o valor dos Bitcoin´s, Alticon´s, Stablecoin´s, Shitcoin´s e outros token´s devem oscilar conforme o mercado em que estão inseridos os ativos. Uma variação que é determinada livremente pelos indivíduos no mercado. Observando que existindo uma maior demanda pelo ativo, o preço da criptomoeda tende a subir, caso contrário, a sua cotação tende a cair. Um outro ponto importante está ligado à oferta de criptoativos. Existindo escassez no mercado, a tendência é que o valor aumente. Por outro lado, havendo excesso, a tendência é que o valor caia.

Talvez a maior diferença encontrada pelos os usuários de moedas digitais, envolve o assunto sobre a cotação do valor das criptomoedas. Atualmente não existe uma cotação única nivelada pelo mercado cripto.

E uma maneira de verificar se o preço praticado pelas corretoras está muita acima da cotação média do mercado é se basear na cotação exibida pelas plataformas de rastreamento de capitalização de diferentes criptomoedas.

Estas instituições realizam a quantidade de negociações, as transações finalizadas e o volume absolvido pelo mercado. As instituições como a Bitvalor e a Coinmarketcap são as empresas mais utilizadas pelos analistas que cobrem o mercado de criptoativos.

É claro que o que faz tudo isso girar de forma continua e coesa é um grande processo de computação. A mineração criar novas moedas digitais que possibilita as futuras transações que serão verificadas e autorizadas.

Este processo é puramente matemático e possui semelhanças com a descoberta dos números primos no século XX. Os números primos são a base do sistema de criptografia RSA, um dos mais importantes da história. Este sistema foi desenvolvido em 1978 pelo matemático Ron Rivest, o criptógrafo Adi Shamir e o cientista da computação Leonard Adleman. Este sistema foi criado para proteger a transmissão de informações online.

A descoberta dos primeiros números divisíveis por ele mesmo ou pelo número 01 era mais fácil. Mas à medida em que os números primos menores foram sendo encontrados, ficou cada vez mais difícil ir atrás dos valores maiores.

É isto que acontece com o bitcoin, o processo foi parecido. A diferença é que em vez de buscar os números primos, a procura é sempre pelas sequencias de dados dos blocos. Esta busca deve encontrar a sequência de dados (chamado de Bloco) que produz um certo padrão logico. É quando o algoritmo hash do bitcoin é aplicado aos dados. Quando uma combinação ocorre no sistema o minerador obtém um pre-bitcoin, estando este mesmo bloco utilizado para verificar uma transação. O tamanho do prêmio é reduzido ao passo que bitcoins são minerados.

Este processo utiliza bastante maquinário tecnológico e de informática, o trabalho de validação é feito por placas de processamento poderosas e que são essenciais para manter todas as operações em atividades com segurança.

É claro que para realizar estas atividades de validação das moedas digitais, existe a figura dos mineradores que estão por trás de todo o processo de prova de trabalho. Notadamente, este trabalho não é feito de forma gratuita. Estes mineradores são responsáveis por validar as transações e garantir que não haja nenhuma fraude na rede da criptomoeda, sendo remunerados especificamente com bitcoins.

Neste trabalho de validação da moeda digital, apenas um minerador pode encontrar a solução por vez e receber a recompensa pela confirmação do bloco. E para garantir a unidade de conta desta moeda, este pagamento pela mineração deve diminuir lentamente ao longo dos anos para controlar o suprimento do ativo, um fenômeno que ficou conhecido como halving.

A cada quatro anos, este halving, deve interfere no processo de recompensa dos mineradores de bitcoin, atuando para reduzir pela metade o valor de seu pagamento por cada bloco validado no sistema, mantendo o valor deste ativo em níveis altos e aceitáveis para as negociações em bolsa de criptomoedas. O que torna o bitcoin uma moeda solida, coesa, proficiente e fundamentada em seu projeto de unidade de conta, meio de troca e reserva de valor.

A quantidade deste ativo é finita, um fator que a torna deflacionaria e muito valiosa para o mercado de capitais, usuários e investidores. Existem apenas 21.000,000 milhões de moedas em sua totalidade no mercado e atualmente está em circulação cerca de 18.790.756 milhões, sendo que 2.209,244 milhões, ainda esperam ser mineradas e validadas pelos mineradores.

A expectativa é que até 2032, mais de 99 % dos bitcoins estejam minerados, estando o seu ciclo finalmente concluindo e fechado. Um processo que deve torna está moeda mais rara, mais valiosa e a mais cara do mundo.

E seguindo esta lógica do processo de halving, o último processo ocorreu em 2016, estando provisionado para ocorrer novamente em 2021. E apesar de não existe um histórico mais consistente para uma análise mais profunda desta moeda, especialistas dizem que é possível que haja uma relação entre os anos anteriores ao processo de halving e a alta no preço do bitcoin.

A moeda chegou a alcançar o patamar dos US$ 13 mil dólares, isto foi impulsionado por alguns fatores como o halving, a guerra comercial entre os Estados Unidos da América e a China e a notícia de que o facebook também criaria a sua própria critomoeda. (Como a Libra).

Isto teria como efeito imediato uma competição direcionada a moeda bitcoin e outras moedas digitais, objetivando a médio e a longo prazo como investidor e empreendedor, obter uma parte deste mercado como continuação dos planos de crescimento da empresa (Facebook) dentro do setor financeiro (como está acontecendo com o WhatsApp), uma oportunidade que se mostra cada vez maior e muito lucrativa no atual cenário econômico.

Em abril de 2021, o bitcoin teve a sua maior valorização no mercado de criptomoedas, e desde a sua primeira cotação registrada em 2009, as sucessivas altas dessa moeda digital, nunca elevaram tanto o valor de um ativo financeiro, como está acontecendo no atual cenário monetário em que vivemos hoje no mundo. Este ativo atingiu um valor máximo de 65.000,000 milhões para cada bitcoin negociado no mercado. Uma valorização histórica, nunca vista antes no mercado financeiro.

Este aspecto intrínseco que envolve o bitcoin, vem deixando esta moeda digital ainda mais atraente para os pequenos investidores, em especial para os grandes investidores. Um posicionamento financeiro positivo que também atraiu a atenção de grandes instituições privadas e até de grandes governos. A ideal é que como a moeda pode ficar mais escassa e consequentemente mais valiosa, os investidores buscam se posicionar nela para surfar a onda futura de valorização.

Mas apesar dos altos e baixos no valor das cotações das criptomoedas, devido à alta volatilidade e aos fortes boicotes direcionados por governos conservadores, instituições financeiras e investidores que usam as moedas digitais para apenas especular o seu valor no mercado monetário. Estando hoje a grande maioria destes especuladores objetivando apenas o aferimento inescrupuloso de grandes ganhos de maneiras obscuras e antiéticas.

As moedas digitais ainda que sobre ataques constantes, especulações intermitentes e ainda desprestigiada pelo mercado financeiro convencional, vem demonstrando que são resilientes, mitigantes e prosperas. O alto grau de confiança e de segurança na rede vem possibilitando maior engajamento e inclusão de novos usuários e investidores.

Um fato que a cada novo ataque fica mais evidente a prospera, concisa e eficiente tecnologia da blockchain inferida aos conceitos de valor monetário no sistema financeiro global. Isto ficou melhor visualizado, após os recentes ataques da china e outros países orientais aos mineradores e as fortes interferências de sistemas financeiros nacionais de vários países que proibiram as transações, negociações e comercialização de moedas digitais.

Especulações que caíram em descréditos no final de julho de 2021, tornando as moedas digitais ainda mais fortes e consolidadas no mercado cripto. Neste aspecto, observou-se uma volta crescente da valorização das moedas digitais no começo de agosto, depois das grandes quedas ocorrida em maio deste ano.

É claro que quem investe em criptomoedas precisa pensar em segurança cibernética. E obviamente, assim como tratamos o dinheiro físico, não expondo estes recursos as vistas de qualquer pessoa ou de qualquer instituição financeira, os investidores de criptoativos precisam ter uma carteira digital para guarda de suas moedas digitais.

As wallets são carteiras digitais que armazenam as chaves públicas e privadas dos recursos digitais. Estas chaves são longas sequencias de números e letras que possibilitam o acesso imediato do saldo existente sobre nossa guarda.

A chave pública é uma sequência alfanumérica gerada pelo sistema do blockchain que pode ser compartilhada entre os usuários para realizar negociações, transações e ou mesmo pagamentos e recebimentos de valores digitais. Funciona como um endereço de uma canta bancaria convencional, mas a grande diferença é que esta carteira fica sobre a sua posse e não na custodia de uma instituição financeira. Esta chave funciona como o seu endereço na blockchain.

A chave privada é semelhante ao segredo de um cofre, a senha de entrada a um aplicativo, ou a senha de um email, uma combinação alfanumérica individual criada pelo usuário que não pode ser compartilhada com outros utentes da rede. Na pratica ao transferir criptomoedas para sua carteira, a operação fica registrada no blockchain. A wallet funciona apenas como uma interface responsável por permitir o seu ingresso ao sistema da carteira digital, facilitando ao controlador o acesso aos seus recursos.

No entanto, a razão de ter uma carteira virtual que mantenha sobre a sua custodia os recursos digitais, confirma o entendimento incluso de alguns investidores, neste cenário cibernético tão volátil e reflexivo. As corretoras de criptomoedas estão constantemente sobre ameaça e, portanto, muito mais vulneráveis a ataques de hackeres do que os usuários individuais. Isto tem a ver com o altíssimo volume de criptoativos movimentados por estas instituições. Geralmente valores que orbitam na casa dos bilhões de dólares.

Notadamente é muito mais lucrativo e efetivo para os hackeres atacar uma grande Exchange como milhões e até bilhões de criptoativos e obter grande retornos financeiros, que atacar um usuário individual com volumes menores de criptomoedas em uma carteira digital.

Mas é preciso ter atenção ao uso das carteiras digitais. O uso destes dispositivos não garante 100 % de imunidade aos ataques cibernéticos. A ideia é que estes sistemas aumentem a segurança na hora de custodiar os seus ativos, habilitando ao usuário uma maior proteção ao seu patrimônio, dificultando o acesso dos invasores ao dispositivo da carteira digital, evitando o roubo de seus recursos.

No Brasil ainda é baixo o número de estabelecimentos que aceitam pagamentos com Bitcoin e outras criptomoedas. Mas, por outro lado, houve um aumento de investidores que estão custodiando, negociando, transacionando e comercializado as moedas digitais como opção de guarda de reserva de valor e unidade de conta. Estes ativos estão se tornando populares e mais comuns principalmente entre os jovens e empresas de tecnologia.

A tendência é que haja um crescimento no uso de moedas e carteiras digitais. Isto ficou mais evidente nas recentes movimentações de empresas e alguns governos quando a aderência desta modalidade de recursos em suas transações, negociações, comercialização e abertura de capital a estes sistemas. Um ótimo exemplo disto foi observado em dezembro de 2019 quando foi anunciado pela Cielo um fechamento de um acordo de parceria com a Bitfy, uma carteira de moeda digital que passaria a oferecer a opção de pagamento com Bitcoin em mais de 1,5 milhão de maquinas espalhadas pelo Brasil.

Esta é apenas um dos milhares de iniciativas que estão surgindo pelo mundo, uma forte sinalização de que as moedas digitais podem ganhar ainda mais espaço e popularidade na vida social das pessoas à medida que as transações que utilizam moedas virtuais se tornem muitas mais acessíveis e usuais pelas pessoas em seus fazeres diários.


Abrantes F. Roosevelt, 20 de Agosto de 2021


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